quarta-feira, 15 de setembro de 2010

2. Como tudo começou

Em 25 de janeiro de 1959, o papa João XXIII, poucos meses depois de sua eleição, deixou o mundo surpreso, ao anunciar e convocar o Concilio Ecumênico Vaticano II. “Renova nestes dias as tuas maravilhas, como de um novo Pentecostes”, invocou o papa João na abertura do Concílio. De fato, o Concílio foi uma volta ao Cenáculo, local onde os apóstolos haviam vivido as maravilhas operadas pelo Espírito Santo, pois a partir daquele dia, “os ossos áridos” de que fala o profeta Ezequiel, “moveram-se de volta à vida”.

O papa João XXIII morreu antes do fim do Concílio em 1963; seu sucessor, Paulo VI continuou os trabalhos até o encerramento, solenemente realizado em 8 de dezembro de 1965.

Não havia passado um ano do término do Concílio, quando despontou o fenômeno religioso que agora é chamado “ Renovação Carismática Católica ”.

No outono de 1966, na Universidade de Duquesne (EUA), vários professores, estudantes, religiosas e sacerdotes católicos, reuniam-se frequentemente para momentos de oração fervorosa. Eram pessoas que há muitos anos dedicavam-se ao serviço de Cristo, mas que no fundo sentiam um vazio, como se lhes faltasse algo. Surgiu então uma pergunta: "Como é possível que estejamos tão longe da experiência da realidade do Espírito Santo ? Por quê não vemos mais os sinais do poder do Senhor ?” Dão-se então conta de que o cristianismo não é uma filosofia, não é apenas adesão a um credo, mas é Vida, e Vida Sobrenatural, participação na própria vida de Cristo ressuscitado. E que esta vida é difundida em nossos corações pelo Espírito Santo. Foi quando caiu-lhes nas mãos o livro A Cruz e o Punhal, de autoria de David Wilkerson, em que o autor fala de seu apostolado entre drogados e marginais de Nova York e conta como o Espírito Santo operou conversões e curas no meio daqueles jovens.

Conscientes de que a força dos cristãos primitivos estava na vivência do Espírito Santo no Pentecostes, aplicaram-se a ler e meditar os Atos dos Apóstolos, pedindo a Efusão do Espírito. Reuniam-se para louvar o Senhor e os dons do Espírito Santo começaram a se manifestar, transformando suas vidas.

As reuniões foram se sucedendo e, de 17 a 19 de janeiro de 1967, um grupo de 30 pessoas realizou um retiro de fim-de-semana, o “retiro de Duquesne”: suas orações foram atendidas através da manifestação do Espírito Santo e da transformação interior de cada um. “Eu não creio no Pentecostes, eu o vi”, disse um dos participantes. Muitos dos presentes sentiram em si uma vida nova, sentiram-se invadidos por uma profunda paz e alegria, um entusiasmo e um desejo incontido de dar testemunho de Cristo.

Em pouco tempo o movimento da Renovação Carismática Católica propaga-se em outras universidades americanas, no País inteiro, transpõe oceanos e alastra-se em quase todas as nações do mundo.

“João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo”.  (Atos 1,5)

“E todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam com intrepidez a palavra de Deus”. (Atos 4, 31) 

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