Se o Espírito Santo colocou em nós as admiráveis disposições que são os sete dons (Ciência, Conselho, Entendimento, Sabedoria, Piedade, Fortaleza, Temor de Deus), foi para que déssemos muito fruto. “Eu vos escolhi e vos destinei para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça” (Jo 15,16), disse Jesus a seus apóstolos.
E esse fruto será tanto mais abundante e saboroso quanto mais docilmente o ramo se deixar podar e limpar pelo Vinhateiro Divino (Jesus), aceitando generosamente os pedidos que Ele nos fizer.
O primeiro fruto do Espírito Santo é a Caridade, que se traduz por um imenso amor ao Pai, amor esse que traz em si o amor ao próximo.
“Se alguém disser: ‘Amo a Deus', mas aborrecer o seu irmão, mente” (1 Jo 4,20).
O segundo fruto do Espírito Santo é a Alegria : Deus quer ver a alegria reinar no coração de seus filhos pois Ele não nos criou para a tristeza.
“Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez vos digo: alegrai-vos” (Fil. 4,4).
O Amor e a Alegria, que são os primeiros frutos do Espírito Santo, produzem na alma uma Paz indescritível e inabalável, Paz esta que constitui o terceiro dos frutos. “A paz de Deus que sobrepuja todo o entendimento” (Fil. 4, 7).
Os frutos seguintes, Paciência e Longanimidade, dispõem a alma para se comportar como é preciso perante as adversidades.
A Paciência sobrenatural permite suportar, por amor a Deus, os sofrimentos físicos e morais. São Paulo exortou continuamente os primeiros cristãos a buscá-la: “Revesti-vos de paciência” (Col 3,12), “Tendes necessidade de paciente perseverança” (Heb 10,36).
De maneira semelhante, a Longanimidade sobrenatural é a disposição da alma que nos permite esperar - sem queixas nem amargura – a realização dos planos de santidade que Deus tem para nós. É uma certeza de que se cumprirão na alma todos os desígnios eternos de Deus sobre ela; e esta certeza, esta segurança, leva a alma a uma paz que nada pode perturbar.
Além destes frutos que se destinam a aperfeiçoar a alma em si mesma, há os frutos que a dispõem bem para com o próximo e que são a bondade, a benignidade, a mansidão e a fidelidade.
A Bondade é uma disposição sobrenatural da vontade que nos inclina a querer todo o tipo de bem para os outros. Entretanto, não basta apenas querer o bem dos outros; para que o amor seja eficaz deve se traduzir em atos, e o que nos leva a fazer concretamente o bem aos outros é a Benignidade.
A Mansidão dispõe a vontade para suportar as contrariedades com suavidade e sem irritação, isto é, sem dar mostras de impaciência e muito menos de cólera Finalmente, a Fidelidade é a qualidade sobrenatural que nos inclina a dar ao próximo tudo o que lhe é devido, sob que forma for. É a justiça perfeita. É o que devemos ao próximo! Amor, um amor misericordioso, gratuito, benevolente e compassivo.
"Carregai uns os fardos dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo” (Gal 6,2).
"Bem aventurados os mansos porque possuirão a terra” (Mt 5,5).
"A caridade é paciente, a caridade é prestativa, não é invejosa, não se ostenta, não se incha de orgulho,nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor " (1 Cor 13, 4 – 5).